Por Andrea Rivetti, CEO da Arklok
O setor de tecnologia nunca esteve tão aquecido. A transformação digital acelerou mudanças em praticamente todas as áreas e a necessidade por profissionais qualificados só cresce. Segundo a Brasscom, até 2025 o Brasil vai precisar de cerca de 800 mil novos talentos para preencher a demanda do setor.
Mas, se por um lado as oportunidades são muitas, por outro a competitividade também aumentou. O mercado quer mais do que habilidades técnicas: busca profissionais completos, curiosos, adaptáveis, capazes de pensar fora da caixa e de se conectar com pessoas e ideias.
Como se sobressair na multidão?
A resposta está em três pilares: aprendizado contínuo, construção de uma rede sólida e desenvolvimento de habilidades comportamentais.
Estudar é essencial, claro, mas ir além dos cursos tradicionais faz toda a diferença. Criar o hábito de ler livros sobre tecnologia e desenvolvimento pessoal amplia horizontes e ajuda a pensar estrategicamente. Clássicos como “Clean Code” e “The Pragmatic Programmer” são ótimos exemplos, mas é importante manter o olhar atento ao que está sendo discutido no setor, como ler veículos especializados, ouvir podcasts sobre tecnologia, seguir líderes de opinião nas redes sociais e participar ativamente de comunidades que discutem as tendências e desafios da área.
Outro ponto que conta muito: colocar a mão na massa, além do trabalho formal. Participar de projetos paralelos, contribuir com código aberto ou até criar seu próprio produto são formas práticas de mostrar o que você sabe fazer.
E sim: certificações ainda são importantes. AWS, Google Cloud, Microsoft e tantas outras oferecem selos que validam habilidades e ajudam a abrir portas.
Mulheres ocupando espaço
Falar de carreira em tecnologia é, também, falar de diversidade. Ainda há muito caminho a ser trilhado, mas é inegável que a presença feminina na área vem crescendo. Iniciativas como a Reprograma e o Women Who Code têm ampliado o acesso, promovendo formação e criando redes de apoio fundamentais.
Para as mulheres que desejam se destacar, a dica é buscar essas conexões, aprender com quem já percorreu o caminho e, sempre que possível, devolver para a comunidade, inspirando outras mulheres. A diversidade enriquece o ambiente de trabalho e impulsiona a inovação.
A importância do relacionamento
Mais do que acumular certificados ou dominar linguagens de programação, o que realmente destaca um profissional de tecnologia é a mentalidade. Quem busca crescer precisa estar disposto a aprender sempre, a sair da zona de conforto e assumir desafios novos. Projetos diferentes, novos papéis e parcerias inesperadas, alimentam o desenvolvimento e abrem portas.
E, claro, os famosos soft skills, ou habilidades sociais em português, são indispensáveis. Saber se comunicar bem, ter empatia, trabalhar em equipe, gerenciar o tempo e até negociar são habilidades cada vez mais valorizadas, especialmente em um setor onde o trabalho remoto e em equipe é tão presente.
Outro diferencial importante: compartilhar conhecimento. Quem ajuda colegas, escreve artigos, dá palestras ou simplesmente colabora nos grupos onde participa constrói uma reputação sólida e se posiciona como referência.
O mercado segue em expansão
As oportunidades são muitas. Áreas como inteligência artificial, segurança cibernética, computação em nuvem e ciência de dados seguem em plena expansão, e há espaço para quem quer inovar e crescer.
O segredo é combinar habilidades técnicas com comportamentais, manter-se atualizado e, principalmente, cultivar a curiosidade e a vontade de aprender.
O futuro da tecnologia será construído por quem estiver aberto a aprender constantemente, a se conectar com novas ideias e a transformar desafios em oportunidades.