OMS alerta que metade da população poderá ter miopia até 2050
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São Paulo, outubro de 2025 — Até 2050, metade da população mundial poderá ter miopia. O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que os problemas de visão já configuram uma epidemia silenciosa, com impacto direto na qualidade de vida e na saúde pública. No Brasil, o cenário é igualmente preocupante. Somente no Brasil, as estimativas da OMS e do Ministério da Saúde apontam que cerca de 25% da população já convive com a miopia, o que significa aproximadamente 59 milhões de pessoas.
Para Carlos Matos, VP Latam da HOYA Vision Care, multinacional japonesa líder em soluções ópticas de alta tecnologia, a mensagem é clara: “Cuidar dos olhos é cuidar do futuro”. A companhia destaca que a conscientização e a prevenção precisam estar no centro do cuidado com a visão.
PREVENÇÃO DEVE SER PRIORIDADE
Segundo Celso Cunha (CRM-MT 2934), médico especialista e consultor da HOYA Vision Care, muitas doenças evoluem de forma silenciosa e só são percebidas em estágios avançados. “A visita regular ao oftalmologista é fundamental, mesmo quando não há sintomas aparentes. Glaucoma, degeneração macular e até alterações na retina podem ser identificados precocemente, evitando danos irreversíveis”.
O especialista explica que a consulta vai muito além da prescrição de lentes oftálmicas. “No consultório, examinamos o fundo do olho, medimos a pressão ocular e investigamos potenciais sinais de catarata, glaucoma ou outras alterações que podem comprometer a visão”, detalha.
INFÂNCIA EM FOCO
Entre as crianças, os erros de refração — como miopia, hipermetropia e astigmatismo — merecem atenção especial. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, cerca de 20% delas podem apresentar algum desses problemas. “Pais e professores devem estar atentos a sinais como desalinhamento dos olhos, reflexo branco nas pupilas, lacrimejamento frequente, dor de cabeça ou a necessidade de se aproximar da TV ou do quadro na escola”, alerta Cunha.
O médico lembra que a primeira consulta deve ocorrer entre os seis meses e um ano ou diante de qualquer sinal de anormalidade. É nessa fase que também podem ser identificadas doenças graves como o retinoblastoma, tumor maligno que ganhou notoriedade após o diagnóstico da filha de Tiago Leifert e Daiana Garbin, aos 11 meses.
TELAS EM EXCESSO: O NOVO VILÃO
O uso prolongado de dispositivos eletrônicos é um dos fatores de risco mais citados pelos especialistas. A recomendação de pediatras e oftalmologistas é clara: crianças de até 2 anos não devem ter contato com telas; dos 2 aos 5 anos, o tempo deve ser limitado a 1 hora por dia; dos 6 aos 10 anos, até 2 horas; e dos 11 aos 18 anos, o ideal é que não ultrapasse 3 horas diárias.
Entre os adultos, a exposição constante ao computador pode ser minimizada com medidas simples, como a regra 20-20-20: a cada 20 minutos em frente à tela, olhar para algo a seis metros de distância por 20 segundos.
“Muitas vezes, a criança não consegue relatar o problema, mas ele aparece no desempenho escolar, no comportamento e até no convívio social. Pais e professores precisam observar esses sinais”, reforça Cunha.
Conter o avanço da miopia é um tema de saúde pública. Garantir informação, acesso a exames e hábitos saudáveis desde a infância é essencial para que o País enfrente os impactos visuais e sociais dessa condição.