Ação do Projeto de Extensão Comunitária promove escuta no território e prepara construção de casas emergenciais

Estudantes do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) participaram de uma vivência de campo com a ONG Teto na Comunidade Savoy, zona leste de São Paulo. A atividade integra o Projeto de Extensão Comunitária (PEC) componente do 2º semestre do 1º ano, e tem como objetivo aproximar universidade e sociedade por meio de diálogo direto com os moradores, reconhecendo saberes locais e demandas definidas pela própria comunidade.
Durante um fim de semana, os voluntários ficaram hospedados em escola próxima e, em duplas, fizeram questionários domiciliares. O mapeamento ajudou a identificar prioridades e casos mais críticos para as próximas intervenções. A ONG Teto foi fundada no Chile, atua há 16 anos no Brasil e mantém um quadro de voluntários, abrindo as ações à participação de novos colaboradores, como estudantes da Mauá.
Dentro do cronograma estipulado para o desenvolvimento das ações, está programada a etapa de pré-logística, que é o descarregamento dos materiais para construção das casas no final de setembro. Em outubro, haverá um final de semana destinado para a construção das casas emergenciais, que é de estrutura de madeira, com condições básicas de ventilação, e, por fim, acontece a etapa de pintura, no final de semana seguinte. Após a conclusão, as famílias recebem acompanhamento.
“Queremos que os estudantes ampliem a visão sobre a realidade brasileira. Construam vínculos e pensem em soluções junto à comunidade. É um choque de realidade para muitos que voltam transformados pela troca, ao ouvir histórias, levar informação e, sobretudo, aprender com quem vive o dia a dia da comunidade”, ressalta a professora Gabriela Leitão, responsável pelo projeto com a ONG.
Projeto de Extensão Comunitária
No PEC, cada turma atua com um parceiro específico e segue quatro etapas: vinculação e identificação de potências locais; planejamento de ações; implementação participativa; e avaliação/celebração. Além da ONG Teto, a extensão comunitária dialoga com frentes como Escola O Semeador, cooperativas de catadores, CCAs da assistência social, ETECs, Prato Verde Sustentável e Amigos do Bem, integrando ensino, pesquisa e impacto social.
“Um equívoco comum é confundir extensão comunitária com caridade. Não se trata de levar o que temos de sobra, mas de aprender. O passo central é aprender com as comunidades, reconhecer suas vozes e incorporar suas demandas na construção de soluções — sempre com foco no empoderamento dos grupos e na transformação de sua realidade”, afirma Cristiano Cruz, professor responsável pelos PECs no IMT.