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O futuro das Agências Digitais em um Mundo de Superinteligência

*Por Rodrigo Neves, Presidente Nacional da AnaMid (Associação Nacional do Mercado e Indústria Digital) 

Vivemos um momento crítico da história da indústria digital. O que antes era uma corrida por alcance, performance e audiência, agora é uma disputa por relevância, inteligência e permanência. As agências digitais, que nasceram para viabilizar o marketing e a comunicação na era da internet, precisam urgentemente redefinir seu papel, sua estrutura e sua proposta de valor. E essa não é uma opinião, é uma constatação baseada em dados, comportamento de mercado e nas movimentações das maiores potências tecnológicas do planeta. 

Enquanto muitos ainda tentam entender o impacto da inteligência artificial generativa, Mark Zuckerberg já está dando o próximo salto. Segundo a Bloomberg e o New York Times, o CEO da Meta está pessoalmente liderando uma equipe para desenvolver uma superinteligência artificial, capaz de ultrapassar as capacidades humanas. 

A frustração com os resultados do modelo LLaMA 4 fez com que ele reformulasse estruturas, reposicionasse escritórios e convocasse especialistas de elite como Alexandr Wang (Scale AI) para o centro de sua nova aposta. 

Essa movimentação revela mais do que uma rivalidade tecnológica. Ela evidencia o reconhecimento dos líderes globais de que a IA não será uma ferramenta de apoio, mas sim a nova infraestrutura do conhecimento, da decisão e da criação. 

E o que isso tem a ver com as agências? Tudo. 

O modelo atual está ruindo – e rápido 

A maioria das agências digitais ainda opera em modelos lineares, prestando serviços sob demanda, organizadas por departamentos estanques, focadas em entregas fragmentadas: postagens, campanhas, relatórios, banners, landings. 

Esse modelo, que fez sentido na era do desktop, do social e até do mobile, não sobrevive em um mundo onde as máquinas pensam, produzem e aprendem em tempo real. 

A McKinsey, em seu estudo The Economic Potential of Generative AI, estima que até 60% das tarefas de marketing e publicidade podem ser automatizadas com IA generativa. 

O alerta é claro: agências que não evoluírem rapidamente para modelos orientados por dados, IA e entrega contínua perderão relevância estratégica e econômica. 

A maturidade digital como novo framework de reposicionamento 

O caminho da adaptação passa por diagnosticar com clareza o estágio de maturidade digital da própria agência e de seus clientes. O modelo CDE (Continuous Digital Evolution), que desenvolvi ao longo de mais de 20 anos de experiência no ecossistema digital, classifica as empresas em quatro estágios — Iniciante, Envolvido, Otimizador e Inovador — com base em oito dimensões fundamentais: Estratégia Digital, Cultura Organizacional, Capacidade de Dados e Análise, Experiência do Cliente, Processos e Operações, Colaboração e Comunicação, Inovação e Experimentação e Presença Digital. 

Aplicar esse modelo dentro da agência permite compreender os próprios gargalos, e aplicá-lo em clientes permite sair da lógica da execução para assumir o papel de guia estratégico da evolução. 

Como as agências devem pivotar agora 

  1. Reposicionar-se como plataforma de inteligência e não apenas como prestadora de serviços

Agências devem integrar IA, dados estruturados, automações e modelos preditivos em seus produtos. Mais do que tráfego, elas devem entregar inteligência de negócio. 

  1. Criar ativos próprios, escaláveis e replicáveis

Frameworks, datasets proprietários, APIs, templates de automação, copilots, bots e metodologias. Agência que depende apenas de equipe operacional será superada por sistemas autônomos. 

  1. Ser uma integradora da evolução digital do cliente

Usar modelos como o CDE para mapear o estágio do cliente, desenhar planos táticos e estratégicos com base em dados reais e entregar valor continuamente, não apenas em campanhas pontuais. 

  1. Atrair novos perfis e descentralizar a criação

O criativo do futuro não é apenas artista, mas também engenheiro de prompt, estrategista de jornada, analista de dados e orquestrador de IA. Agências precisam de times híbridos, com perfis técnico-criativos. 

  1. Abandonar a lógica de marketing reativo

A agência não pode esperar o briefing do cliente. Ela precisa gerar insights preditivos, usar ferramentas como RAG (Retrieval-Augmented Generation), vetores de conhecimento e automações conectadas ao CRM, ERP e canais de mídia. 

O que aprendemos com a Meta (e com os erros dela) 

O esforço de Zuckerberg para construir uma superinteligência não é apenas vaidade tecnológica. É um sintoma do que está em jogo globalmente: a liderança sobre a nova infraestrutura de poder. 

As agências, mesmo em menor escala, enfrentam a mesma bifurcação: continuar como produtoras de conteúdo genérico, ou se tornarem hubs de inteligência digital, evolução e influência. 

A escolha está posta. 

Como presidente da AnaMid, tenho acompanhado de perto a evolução (e a estagnação) de centenas de agências e empresas digitais. E afirmo com convicção: o mercado não será mais dominado por quem sabe executar, mas por quem sabe evoluir. 

O entendimento sobre maturidade digital, conteúdo relevante e capacidade de analisar dados serão a nova moeda de valor, pois no final, o que é importa é como a empresa gera experiência para o seu cliente final. 

A agência que entender isso primeiro, será a que liderará o ecossistema — e não apenas o executará. 

Sobre o Autor 

Rodrigo Neves é Presidente Nacional da AnaMid – Associação Nacional do Mercado e Indústria Digital, entidade que atua em todo o Brasil fomentando o fortalecimento do ecossistema digital por meio de aculturamento, representatividade e inovação. Com mais de duas décadas de atuação no setor, é também fundador da VitaminaWeb, produtora especializada em plataformas digitais, automações e soluções com inteligência artificial. 

Criador do modelo de Maturidade Digital CDE (Continuous Digital Evolution), utilizado por empresas e consultorias em diagnósticos e estratégias de transformação digital, é autor do livro O Caminho para a Maturidade Digital e atua como palestrante, mentor e articulador de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável do mercado digital. 

É reconhecido por seu papel ativo no associativismo, na formação de comunidades digitais e na defesa de um ambiente digital mais ético, inovador e competitivo. 

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