Diretora Jurídica da SPAR Brasil defende iniciativas e políticas inclusivas para promover o equilíbrio entre maternidade e carreira nas empresas

Quando o assunto é liderança feminina no mundo dos negócios, as mulheres ainda enfrentam obstáculos históricos e culturais que dificultam sua ascensão a cargos de gestão, especialmente aquelas que conciliam a carreira com a maternidade. Nesse cenário, as redes de apoio surgem como um elemento essencial para que essas profissionais possam superar desafios e alcançar posições de destaque.
“As redes de apoio são fundamentais não apenas para o cuidado físico com os filhos, envolvendo creches, escolas, familiares e amigos, mas também para oferecer um espaço seguro de troca de experiências e acolhimento. Isso contribui diretamente para a saúde emocional das mães e para o desenvolvimento de suas carreiras”, destaca Karla Martins, Diretora Jurídica da SPAR Brasil, empresa referência em merchandising de varejo, com presença em mais de 60 mil pontos de venda em todo o território nacional.
Um levantamento realizado pela Universidade de Stanford (EUA) em 2020, com 500 mães que atuavam em tempo integral, apontou que aquelas que contavam com redes de apoio mais estruturadas apresentavam 40% menos probabilidade de burnout e 25% mais chances de receber promoções. Os dados reforçam a importância do apoio social como fator decisivo para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Apesar dos benefícios evidentes, muitas mães ainda enfrentam dificuldades para estabelecer e manter essas conexões. “A sobrecarga de responsabilidades, a falta de tempo e o estigma em torno da busca por ajuda são barreiras frequentes. E a situação se torna ainda mais desafiadora para mulheres de grupos minoritários, como negras, latinas e LGBTQIA+, que encontram menos espaços de apoio adaptados às suas realidades”, explica Karla.
Responsabilidade corporativa
Além do papel das redes sociais e comunitárias, as empresas também podem atuar como facilitadoras dessas conexões. A adoção de políticas corporativas inclusivas, como licenças parentais estendidas, horários flexíveis e espaços adequados para amamentação, são exemplos de boas práticas que favorecem a conciliação entre maternidade e carreira. Dados da Harvard Business Review apontam que políticas de licença parental robustas estão associadas a uma redução de 24% na rotatividade de funcionários, por exemplo.
De acordo com a executiva da SPAR Brasil, algumas organizações já vêm investindo em serviços de apoio emocional e programas de mentoria voltados para mães. “Iniciativas como atendimento psicológico individual ou em grupo e projetos que conectam mães a lideranças experientes são estratégias eficazes para promover ambientes mais equitativos e colaborativos, que valorizam a diversidade e fortalecem o capital humano das empresas”, completa.
Para garantir maior equidade de gênero nos cargos de liderança, é necessário que as organizações implementem políticas de longo prazo e ofereçam recursos adequados às mães trabalhadoras. “A maternidade não deve ser vista como um obstáculo à liderança, mas sim como uma experiência enriquecedora, que amplia as habilidades e a visão estratégica das profissionais. Ao estruturar redes de apoio consistentes, as empresas contribuem para um ambiente corporativo mais inclusivo e produtivo”, finaliza Karla.