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Dia Internacional da Mulher: liderança feminina e a transformação das empresas

Por Cátia David

O Dia Internacional da Mulher vai além de uma data simbólica. É um convite à reflexão sobre as conquistas femininas e, principalmente, sobre os caminhos que ainda precisamos percorrer para garantir espaços de liderança mais diversos e equitativos.

A equidade de gênero não é apenas uma questão de representatividade — é um diferencial competitivo que impulsiona inovação e crescimento sustentável nos negócios. Mas, para que essa presença se traduza em impacto real, é essencial consolidar uma atuação estratégica e contribuir ativamente para a transformação das organizações.

Essa foi a jornada que trilhei ao longo da minha carreira, enfrentando desafios, adquirindo aprendizados e desenvolvendo um repertório de habilidades que me permitiu ocupar espaços de decisão. Mais do que um percurso individual, acredito que a liderança feminina precisa ser um movimento coletivo, no qual compartilhamos conhecimento, fortalecemos nossa presença e abrimos caminho para outras mulheres.

Os pilares da liderança feminina estratégica

Visão ampliada do negócio: o ponto de partida

Tudo começa com a visão estratégica. Nenhuma decisão acontece isoladamente, e para influenciar em alto nível é essencial compreender como cada área da empresa se conecta, quais são seus desafios e como cada peça contribui para o todo. Quem entende a lógica do negócio e enxerga oportunidades além da sua especialidade ganha mais espaço para contribuir e crescer na liderança. Essa visão ampliada nos conecta diretamente à capacidade de influenciar.

Capacidade de influenciar: transformando conhecimento em impacto

Ter uma visão global do negócio não basta se não houver a habilidade de transformar conhecimento em influência. Para isso, é essencial desenvolver argumentos sólidos, postura firme e comunicação estratégica. A influência não se constrói apenas pelo que se diz, mas pela forma como se articulam ideias, se constrói autoridade sobre um tema e se gera impacto nas decisões. Mas para influenciar com propriedade, é indispensável ter domínio técnico e um repertório amplo.

Domínio técnico e repertório amplo: a base da autoridade

A liderança exige mais do que visão estratégica e influência — exige profundidade de conhecimento. Dominar a própria área de atuação é o primeiro passo, mas líderes que avançam são aqueles que compreendem o impacto do seu trabalho dentro do contexto maior da empresa. Profissionais que transitam bem entre áreas, compreendem as interdependências do negócio e antecipam desafios fortalecem sua posição como tomadoras de decisões estratégicas.

Esse domínio técnico fortalece um elemento fundamental: a coragem gerencial.

Coragem gerencial: a firmeza na tomada de decisão

Com conhecimento e repertório, a tomada de decisão se torna mais clara e assertiva. Sustentar opiniões com segurança, assumir riscos calculados e se posicionar estrategicamente são competências indispensáveis para qualquer liderança. A coragem gerencial permite atuar de forma estruturada, defender pontos de vista com embasamento e tomar decisões alinhadas aos objetivos de longo prazo da empresa.

E esse fortalecimento contínuo cria um ciclo de desenvolvimento que sustenta o crescimento profissional.

Conectando tudo: um ciclo de desenvolvimento contínuo

O crescimento na liderança exige um olhar que conecta diferentes perspectivas, constrói soluções estratégicas e influencia o futuro dos negócios. A equidade na liderança precisa ser mais do que um discurso — deve ser um compromisso estruturado dentro da estratégia empresarial. Isso significa, para além de garantir acesso às mulheres, prepará-las para ocupar esses espaços com autoridade, repertório técnico e presença estratégica. O desenvolvimento de múltiplas competências e o fortalecimento do impacto dentro das organizações são fatores determinantes para uma trajetória profissional sólida, sustentável e transformadora.

Neste Dia Internacional da Mulher, fica a reflexão: como nós, mulheres, estamos também nos preparando para transformar os espaços de liderança?

*Cátia David é diretora LATAM da Hoya Vision Care, multinacional japonesa e líder global em tecnologia de soluções ópticas.


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