Estiveram inicialmente envolvidos jovens da Escola de Ensino Fundamental e Médio Paróquia da Paz, parceira desde o início do projeto, ao lado do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) do Mucuripe.
As oficinas eram realizadas inicialmente no Tear Comunitário, e delas resultou a Trupe Cena Aberta, um grupo de teatro espontâneo que passou a se apresentar em vários espaços comunitários, escolas e no Centro Cultural Dragão do Mar, principal território artístico da capital cearense.
A partir do segundo semestre de 2012, oficinas passaram a ser realizadas nas próprias escolas, tendo como monitores alunos capacitados pelo Nossas Histórias. A E.E.F.M "General Murilo Borges Moreira" tornou-se parceira e outras escolas também passaram a integrar o circuito aberto pelo projeto. "A descentralização é muito importante para a sustentabilidade do projeto", destaca a coordenadora do Nossas Histórias, Pérola Queiroz.
A trajetória do projeto foi registrada no livro "Decifra-me que aprendo – A escola e nossas histórias", editado pelo Núcleo Gestor do Projeto Nossas Histórias, o livro foi dividido em três partes, em função de seus objetivos pedagógicos.
A primeira parte é dedicada a explicar a metodologia e os recursos do teatro espontâneo como ferramenta para a promoção da educação integral. "O teatro permite a convergência de linguagens, a música, a dança, a literatura, a expressão, entre outras, fundamentais para o desenvolvimento humano", assinala Pérola Queiroz.
Na segunda parte estão reunidos os depoimentos de jovens que participaram das oficinas de teatro espontâneo e de concurso literário realizado na EEFM Paróquia da Paz. A terceira parte do livro reúne 21 planos de aula, que podem ser replicados em qualquer escola, elaborados a partir dos relatos dos jovens e da metodologia desenvolvida nas oficinas de teatro espontâneo.
Os jovens envolvidos estão cada vez mais entusiasmados e mobilizados. "Nós melhoramos m uito a expressão e a leitura", confirmam Kamila Araujo e Maria Sheyla, da EEFM – General Murilo Borges Moreira. "Estamos conhecendo outros lugares e outras pessoas, e isso é muito bom, crescemos com novas ideias", salientam Juan Pereira e Pedro Oliveira, da mesma escola. "O teatro está abrindo nossos olhos e mudando nossas vidas", arremata Marcus César, outro participante ativo das oficinas.
O Fundo Juntos pela Educação é constituído pelo Instituto Arcor Brasil e Instituto C&A. O Programa pela Educação Integral apoia sete projetos em Pernambuco e Ceará. Cada projeto está baseado em uma rede composta por escolas públicas, organizações sociais e outros serviços públicos. São redes formadas para promover o desenvolvimento integral, através de oportunidades educativas que abordem todas as dimensões, de crianças, adolescentes e jovens destas comunidades.
No Ceará, são apoiados os projetos Ecomuseu de Maranguape, em Maranguape; Nossas Histórias, em Fortaleza; Hora do Jogo e Caldeirão das Artes, ambos em Horizonte. Em Pernambuco, são apoiados os projetos Solidariedarte, em Igarassu; Brincando com os Sons, em Olinda; e Construindo saberes e direitos através da Educação Integral, em Recife.
Sobre o Instituto Arcor Brasil
O Instituto Arcor Brasil foi criado em 2004 e tem como missão contribuir para que crianças e adolescentes tenham igualdade de oportunidades por meio da educação. O Instituto atua preferencialmente nas regiões onde a Arcor do Brasil tem suas fábricas, no interior de São Paulo e regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG) e Recife (PE), relacionando-se com as comunidades locais. Já são mais de 330 projetos a poiados pelo Instituto nesses nove anos pela Educação. O Instituto Arcor possui quatro linhas de ação: apoio a projetos e organizações, geração e divulgação de conhecimentos, defesa de direitos e relações com a comunidade.